quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O futebol brasileiro é recheado de histórias no mínimo intrigantes, muitas delas fazem parte do nosso folclore e tornam o futebol cada vez mais apaixonante ao torcedor. Numa tarde chuvosa em São Paulo, quando entravam no gramado do Velódromo para restabelecer seu treino, interrompido pela chuva, os rapazes do Paulistano, despejaram-se das arquibancadas para o campo, aos berros de “allez-gohack”, palavras atiradas ao ar por Olavo de Barros e Renato, de jubilo pela estiagem que fizera. Repetido depois, a qualquer pretexto pela turma do Paulistano, aquele estrangeirismo que significava “para frente, avante” acabou abrasileirando-se no “alê-guá-guá-guá hurrah”, que se transformou no hino do Paulistano.

Nascia ali, o primeiro hino futebolístico, e atrás dele, por espírito de imitação, vieram os outros, o do Mackenzie, por exemplo: - “back, tetéque: black, tetéque, éque, éque” etc. A primeira partida de futebol artificialmente iluminada do mundo aconteceu aqui no Brasil, mais precisamente em São Paulo, numa festiva noite de São João, no ano de 1923. O jogo fora disputado entre uma equipe de funcionários da Light e a Associação Atlética República, sob a luz de 20 refletores e 10 projetores, num campo situado em um terreno da Companhia São Paulo Light, na rua do Glicério.

O resultado da partida se perdeu nos anais da história. Por sorte o registro não se perdeu, pois no dia seguinte realizava-se uma partida noturna em Lynn, nos Estados Unidos. No dia 31 de março de 1928, foi realizado em São Januário, o primeiro jogo oficial artificialmente iluminado. O Vasco da Gama venceu o Wanders (Uruguai), por 1 a 0. Em 1925, o Club Athlético Paulistano (extinta equipe da capital paulista) realizou uma excursão à Europa, uma das primeiras realizadas por equipes brasileiras, sendo que seu saldo foi tão positivo que os jornais franceses denominaram os brasileiros, Os Reis do Futebol.

Em aproximadamente um mês e meio, o Paulistano realizou dez partidas na França, Suíça e Portugal, obtendo um resultado de nove vitórias e apenas uma derrota. A façanha dos brasileiros merece destaque maior, pois enfrentaram verdadeiras seleções, árbitros contrários e, campos, se assim os podemos chamar, em péssimo estado, além de uma longa viagem de navio e estafantes viagens de trem. No início dos anos 30, disputavam-se algumas partidas noturnas, e a bola utilizada era marrom. Pois bem, o São Paulo iria jogar contra o Vasco da Gama e o “seu” Joaquim - Joaquim Simão Gomes - perguntou ao diretor esportivo Mário Cunha Bueno se poderia pintar a bola de branco.

Autorizado, ele comprou uma tinta chamada Duco Alemão e mandou ver. Estava criada a primeira bola branca do mundo. Foi um sucesso que se espalhou rapidamente. Só que “seu” Joaquim não patenteou o invento, aí... Diamante Negro virou marca de chocolate em homenagem a um apelido de uma grande estrela do futebol brasileiro, Leônidas da Silva. Apelido este dado pêlos franceses durante a Copa do Mundo de 1938, na qual foi o artilheiro. Ele não era estreante, havia jogado a Copa de 1934, na Itália. Já amadurecido, o Diamante Negro, encantou os torcedores europeus. ... Na noite de 16 de julho de 50, o velho capitão não quis comemorar com o resto do time. Convidou o massagista da Celeste a sair com ele. Os dois deixaram o hotel sem destino certo.

O Rio era um vasto cemitério. Nem alma do outro mundo se via pelas ruas da cidade. Obdulio e o massagista entram num bar da Avenida Copacabana. O dono do bar é um velho conhecido de outras passagens da seleção uruguaia pelo Brasil. Obdulio, que já saíra do hotel um tanto calibrado, quer tomar chope. Está sem um tostão no bolso. Pergunta se tem crédito. O próprio dono traz duas canecas, espumando. Obdulio, ainda em pé, bebe de um só fôlego a primeira caneca. Já sentado, Obdulio vê entrar no salão um rapaz. Um rapaz que é a própria máscara da desolação.

Nas raras mesas ocupadas, as pessoas ouvem, desconsoladas as lamúrias do moço. Ressoa pela sala a tristeza cósmica do povo brasileiro. - O Obdulio derrotou o Brasil - dizia, em prantos, o torcedor. O desabafo bateu de mal jeito no coração de Obdulio Varela. De repente, ele se sente o carrasco de um povo. O próprio Obdulio narra, na primeira pessoa, o drama que passaria a viver naquela noite sombria do futebol brasileiro. “Eu olhava aquele rapaz sofrido. Foi me dando um mal-estar. O povo desse país tinha preparado o maior carnaval do mundo e nós arruinamos tudo. De repente, eu estava tão amargurado quanto ele. Teria sido bonito ver uma noite de carnaval dos brasileiros.

Teria sido emocionante ver a multidão delirando com uma coisa tão simples, tão singela. Nós tínhamos estragado a festa e, a bem da verdade, não tínhamos ganhado nada. Conquistamos um título, muito bem. Mas, que seria isso comparado com a tristeza imensa de uma gente tão simpática? Pensei no Uruguai. Certamente, o povo lá estaria muito feliz. Mas, eu, Obdulio, eu estava no Rio, no meio de uma profunda decepção nacional. Me lembrei da raiva que tive quando os brasileiros nos fizeram o gol. E, no entanto, a bronca que dei no campo iria doer em mim também”.

O dono do bar foi à mesa do campeão, levando pelo braço o rapaz, ainda choroso. - Sabe quem é este? Este é o Obdulio Varela. - E apresentou um ao outro. - Tive a súbita sensação de que aquele rapaz podia me matar - confessa Obdulio - e, se me matasse, talvez merecesse absolvição. - Por favor, Obdulio - disse, reverente, o rapaz -, você quer tomar um chope comigo? Obdulio aceitou. Mudou de mesa. “Se tiver de morrer aqui, não pode existir noite mais apropriada”, pensou. À noite do triunfo, Obdulio Varela passou-a, inteirinha, esvaziando canecas e consolando aquela alma penada que acabara de conhecer.

Um pobre coração destroçado. E a quem, lá pelas tantas da madrugada, talvez tivesse confessado, como confessaria, mais tarde, ao escritor Oswaldo Soriano: - Se tivesse de jogar, de novo, aquela final do Maracanã, não se assombre com o que eu vou lhe dizer: eu faria um gol contra. Um gol contra, sim senhor!... (Nogueira, Armando - A triste noite de um campeão) Num célebre jogo no final dos anos 50, em que o São Paulo venceu o Santos por 6 a 2, Mestre Ziza pôde testar a habilidade de Canhoteiro - que já era chamado A Força Branca. Exausto por recente excursão à Europa, entregou a bola a Canhoteiro e recomendou: “Vê se ganha algum tempo para a gente”.

Do campo do São Paulo, o ponta foi driblando até a área do Santos e voltou: “Toma a bola de volta, Mestre”. Um grande artilheiro pode ser também um goleiro de primeira. Afinal, sempre existiu um fascínio entre o algoz e a vítima. Pelé, um dos maiores goleadores que o mundo já conheceu, jamais escondeu isso de ninguém. Aliás, sempre gostou de jogar no gol, mostrando um talento natural para a posição. Mas se Pelé não fosse a própria camisa 10, na certa teria sido goleiro. Nos recreativos do Santos, ele costumava brincar na posição e no Ébano, time de praia que reunia jogadores negros, era titular absoluto da camisa nº 1. Uma vez, o grande público teve oportunidade de apreciar suas outras habilidades. Foi no início dos anos 60, no Pacaembu, em São Paulo.

O Santos jogava contra o Grêmio e o goleiro Laércio foi expulso. Pelé não pensou duas vezes, vestiu a camisa preta de mangas compridas e foi para debaixo dos “três paus”. Fechou o gol. Não deixou passar mais nada. O jogo terminou com a vitória do Santos por 4 a 3. A única apresentação oficial do autor dos mais belos gols na moldura de suas obras. Na caótica Seleção Brasileira de 1966, muitos fatos foram realmente inusitados (como a formação de quatro equipes, por exemplo), mas um deles serve para demonstrar bem o que aconteceu naquele tempo: na lista de jogadores convocados saiu o nome de Ditão, do Flamengo, que se apresentou, é lógico.

Só que o convocado pelo técnico Vicente Feola era na realidade Ditão do Corinthians. A CBD (Confederação Brasileira de Desportos) não quis assumir o erro cometido - dentre muitos - e por esses caprichos tão comuns ao nosso futebol, ficou o Ditão do Flamengo mesmo. Que, por fim, foi cortado. No dia 22 de junho de 1996, o Estado de Roraima, que possui o campeonato estadual mais novo do país, presenciou um fato jamais ocorrido no futebol brasileiro. A partida pelo estadual, entre o Rio Negro e o Progresso, teve a incrível marca de um pagante, o autor de tal façanha, foi o motorista do Ministério de Agricultura de Boa Vista, Abraão Pereira de Souza.

A renda da partida também atingiu a incrível marca de R$ 5,00 (cinco reais), sendo que cada clube ficou com a não menos incrível quantia de R$1,00 (um real). Um mês antes, em outra partida entre as mesmas equipes, o público pagante foi de quatro pessoas, com renda de R$ 20,00 (vinte reais). Considerado o detentor do melhor futebol do mundo, o Brasil, teve por muitos anos, o pior time do mundo - o Íbis Sport Club. Fundado em 15 de novembro de 1938, o Íbis surgiu na iniciativa de Onildo Ramos, gerente da Tecelagem Seda e Algodão de Pernambuco, a T.S.A.P., em realizar o sonho dos operários da fábrica: ter um time de futebol para disputar o Campeonato Pernambucano de profissionais.

A ave sagrada do Egito antigo, protetora da cultura da seda e presente na marcada da empresa, foi escolhida para o nome e distintivo. Nos primeiros anos a equipe não era tão ruim, chegando até mesmo a ser campeã pernambucana em 1946. O Íbis começou a ser tachado de o pior time do mundo a partir da década de 80, quando ficou três anos seguidos sem ganhar um único jogo e sofreu uma série de goleadas históricas, entre elas, 11 a 0 para o Santa Cruz.

No campeonato de 81, por exemplo, números impressionantes: 18 derrotas em 18 jogos, sofrendo 89 gols e marcando apenas quatro. No campeonato seguinte, disputou 11 partidas, perdeu dez e empatou uma. Fez seis gols e sofreu 46. Com esse curriculum, o Íbis, teve por muito tempo orgulho de ser taxado de o pior time do mundo. Mas a história começou a mudar, a partir do ano 2000, o time ascendeu a primeira divisão de Pernambuco e agora não quer mais o “honroso” título.
CURIOSIDADES DO FUTEBOL BRASILEIRO




Fabio Aires da Cunha




O futebol brasileiro é recheado de histórias no mínimo intrigantes, muitas delas fazem parte do nosso folclore e tornam o futebol cada vez mais apaixonante ao torcedor.



Numa tarde chuvosa em São Paulo, quando entravam no gramado do Velódromo para restabelecer seu treino, interrompido pela chuva, os rapazes do Paulistano, despejaram-se das arquibancadas para o campo, aos berros de “allez-gohack”, palavras atiradas ao ar por Olavo de Barros e Renato, de jubilo pela estiagem que fizera. Repetido depois, a qualquer pretexto pela turma do Paulistano, aquele estrangeirismo que significava “para frente, avante” acabou abrasileirando-se no “alê-guá-guá-guá hurrah”, que se transformou no hino do Paulistano. Nascia ali, o primeiro hino futebolístico, e atrás dele, por espírito de imitação, vieram os outros, o do Mackenzie, por exemplo: - “back, tetéque: black, tetéque, éque, éque” etc.



A primeira partida de futebol artificialmente iluminada do mundo aconteceu aqui no Brasil, mais precisamente em São Paulo, numa festiva noite de São João, no ano de 1923. O jogo fora disputado entre uma equipe de funcionários da Light e a Associação Atlética República, sob a luz de 20 refletores e 10 projetores, num campo situado em um terreno da Companhia São Paulo Light, na rua do Glicério. O resultado da partida se perdeu nos anais da história. Por sorte o registro não se perdeu, pois no dia seguinte realizava-se uma partida noturna em Lynn, nos Estados Unidos.

No dia 31 de março de 1928, foi realizado em São Januário, o primeiro jogo oficial artificialmente iluminado. O Vasco da Gama venceu o Wanders (Uruguai), por 1 a 0.



Em 1925, o Club Athlético Paulistano (extinta equipe da capital paulista) realizou uma excursão à Europa, uma das primeiras realizadas por equipes brasileiras, sendo que seu saldo foi tão positivo que os jornais franceses denominaram os brasileiros, Os Reis do Futebol. Em aproximadamente um mês e meio, o Paulistano realizou dez partidas na França, Suíça e Portugal, obtendo um resultado de nove vitórias e apenas uma derrota. A façanha dos brasileiros merece destaque maior, pois enfrentaram verdadeiras seleções, árbitros contrários e, campos, se assim os podemos chamar, em péssimo estado, além de uma longa viagem de navio e estafantes viagens de trem.



No início dos anos 30, disputavam-se algumas partidas noturnas, e a bola utilizada era marrom. Pois bem, o São Paulo iria jogar contra o Vasco da Gama e o “seu” Joaquim - Joaquim Simão Gomes - perguntou ao diretor esportivo Mário Cunha Bueno se poderia pintar a bola de branco. Autorizado, ele comprou uma tinta chamada Duco Alemão e mandou ver. Estava criada a primeira bola branca do mundo. Foi um sucesso que se espalhou rapidamente. Só que “seu” Joaquim não patenteou o invento, aí...



Diamante Negro virou marca de chocolate em homenagem a um apelido de uma grande estrela do futebol brasileiro, Leônidas da Silva. Apelido este dado pêlos franceses durante a Copa do Mundo de 1938, na qual foi o artilheiro. Ele não era estreante, havia jogado a Copa de 1934, na Itália. Já amadurecido, o Diamante Negro, encantou os torcedores europeus.



... Na noite de 16 de julho de 50, o velho capitão não quis comemorar com o resto do time. Convidou o massagista da Celeste a sair com ele. Os dois deixaram o hotel sem destino certo. O Rio era um vasto cemitério. Nem alma do outro mundo se via pelas ruas da cidade.

Obdulio e o massagista entram num bar da Avenida Copacabana. O dono do bar é um velho conhecido de outras passagens da seleção uruguaia pelo Brasil. Obdulio, que já saíra do hotel um tanto calibrado, quer tomar chope. Está sem um tostão no bolso. Pergunta se tem crédito. O próprio dono traz duas canecas, espumando. Obdulio, ainda em pé, bebe de um só fôlego a primeira caneca.

Já sentado, Obdulio vê entrar no salão um rapaz. Um rapaz que é a própria máscara da desolação. Nas raras mesas ocupadas, as pessoas ouvem, desconsoladas as lamúrias do moço. Ressoa pela sala a tristeza cósmica do povo brasileiro.

- O Obdulio derrotou o Brasil - dizia, em prantos, o torcedor.

O desabafo bateu de mal jeito no coração de Obdulio Varela. De repente, ele se sente o carrasco de um povo. O próprio Obdulio narra, na primeira pessoa, o drama que passaria a viver naquela noite sombria do futebol brasileiro.

“Eu olhava aquele rapaz sofrido. Foi me dando um mal-estar. O povo desse país tinha preparado o maior carnaval do mundo e nós arruinamos tudo. De repente, eu estava tão amargurado quanto ele. Teria sido bonito ver uma noite de carnaval dos brasileiros. Teria sido emocionante ver a multidão delirando com uma coisa tão simples, tão singela. Nós tínhamos estragado a festa e, a bem da verdade, não tínhamos ganhado nada. Conquistamos um título, muito bem. Mas, que seria isso comparado com a tristeza imensa de uma gente tão simpática? Pensei no Uruguai. Certamente, o povo lá estaria muito feliz. Mas, eu, Obdulio, eu estava no Rio, no meio de uma profunda decepção nacional. Me lembrei da raiva que tive quando os brasileiros nos fizeram o gol. E, no entanto, a bronca que dei no campo iria doer em mim também”.

O dono do bar foi à mesa do campeão, levando pelo braço o rapaz, ainda choroso.

- Sabe quem é este? Este é o Obdulio Varela. - E apresentou um ao outro.

- Tive a súbita sensação de que aquele rapaz podia me matar - confessa Obdulio - e, se me matasse, talvez merecesse absolvição.

- Por favor, Obdulio - disse, reverente, o rapaz -, você quer tomar um chope comigo?

Obdulio aceitou. Mudou de mesa. “Se tiver de morrer aqui, não pode existir noite mais apropriada”, pensou.

À noite do triunfo, Obdulio Varela passou-a, inteirinha, esvaziando canecas e consolando aquela alma penada que acabara de conhecer. Um pobre coração destroçado. E a quem, lá pelas tantas da madrugada, talvez tivesse confessado, como confessaria, mais tarde, ao escritor Oswaldo Soriano:

- Se tivesse de jogar, de novo, aquela final do Maracanã, não se assombre com o que eu vou lhe dizer: eu faria um gol contra. Um gol contra, sim senhor!...

(Nogueira, Armando - A triste noite de um campeão)



Num célebre jogo no final dos anos 50, em que o São Paulo venceu o Santos por 6 a 2, Mestre Ziza pôde testar a habilidade de Canhoteiro - que já era chamado A Força Branca. Exausto por recente excursão à Europa, entregou a bola a Canhoteiro e recomendou: “Vê se ganha algum tempo para a gente”. Do campo do São Paulo, o ponta foi driblando até a área do Santos e voltou: “Toma a bola de volta, Mestre”.



Um grande artilheiro pode ser também um goleiro de primeira. Afinal, sempre existiu um fascínio entre o algoz e a vítima. Pelé, um dos maiores goleadores que o mundo já conheceu, jamais escondeu isso de ninguém. Aliás, sempre gostou de jogar no gol, mostrando um talento natural para a posição. Mas se Pelé não fosse a própria camisa 10, na certa teria sido goleiro. Nos recreativos do Santos, ele costumava brincar na posição e no Ébano, time de praia que reunia jogadores negros, era titular absoluto da camisa nº 1. Uma vez, o grande público teve oportunidade de apreciar suas outras habilidades. Foi no início dos anos 60, no Pacaembu, em São Paulo. O Santos jogava contra o Grêmio e o goleiro Laércio foi expulso. Pelé não pensou duas vezes, vestiu a camisa preta de mangas compridas e foi para debaixo dos “três paus”. Fechou o gol. Não deixou passar mais nada. O jogo terminou com a vitória do Santos por 4 a 3. A única apresentação oficial do autor dos mais belos gols na moldura de suas obras.



Na caótica Seleção Brasileira de 1966, muitos fatos foram realmente inusitados (como a formação de quatro equipes, por exemplo), mas um deles serve para demonstrar bem o que aconteceu naquele tempo: na lista de jogadores convocados saiu o nome de Ditão, do Flamengo, que se apresentou, é lógico. Só que o convocado pelo técnico Vicente Feola era na realidade Ditão do Corinthians. A CBD (Confederação Brasileira de Desportos) não quis assumir o erro cometido - dentre muitos - e por esses caprichos tão comuns ao nosso futebol, ficou o Ditão do Flamengo mesmo. Que, por fim, foi cortado.



No dia 22 de junho de 1996, o Estado de Roraima, que possui o campeonato estadual mais novo do país, presenciou um fato jamais ocorrido no futebol brasileiro. A partida pelo estadual, entre o Rio Negro e o Progresso, teve a incrível marca de um pagante, o autor de tal façanha, foi o motorista do Ministério de Agricultura de Boa Vista, Abraão Pereira de Souza. A renda da partida também atingiu a incrível marca de R$ 5,00 (cinco reais), sendo que cada clube ficou com a não menos incrível quantia de R$1,00 (um real). Um mês antes, em outra partida entre as mesmas equipes, o público pagante foi de quatro pessoas, com renda de R$ 20,00 (vinte reais).



Considerado o detentor do melhor futebol do mundo, o Brasil, teve por muitos anos, o pior time do mundo - o Íbis Sport Club. Fundado em 15 de novembro de 1938, o Íbis surgiu na iniciativa de Onildo Ramos, gerente da Tecelagem Seda e Algodão de Pernambuco, a T.S.A.P., em realizar o sonho dos operários da fábrica: ter um time de futebol para disputar o Campeonato Pernambucano de profissionais. A ave sagrada do Egito antigo, protetora da cultura da seda e presente na marcada da empresa, foi escolhida para o nome e distintivo.

Nos primeiros anos a equipe não era tão ruim, chegando até mesmo a ser campeã pernambucana em 1946. O Íbis começou a ser tachado de o pior time do mundo a partir da década de 80, quando ficou três anos seguidos sem ganhar um único jogo e sofreu uma série de goleadas históricas, entre elas, 11 a 0 para o Santa Cruz. No campeonato de 81, por exemplo, números impressionantes: 18 derrotas em 18 jogos, sofrendo 89 gols e marcando apenas quatro. No campeonato seguinte, disputou 11 partidas, perdeu dez e empatou uma. Fez seis gols e sofreu 46. Com esse curriculum, o Íbis, teve por muito tempo orgulho de ser taxado de o pior time do mundo. Mas a história começou a mudar, a partir do ano 2000, o time ascendeu a primeira divisão de Pernambuco e agora não quer mais o “honroso” título.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Curiosidades diversas sobre futebol II
GOL em todas as línguas
Dizem que a linguagem do futebol é universal, mas cada povo tem seu modo peculiar de gritar gol. Confira as formas de comemorar pelos respectivos países:
But- Argélia, França, Gabão, Mali, Mônaco e Tunísia;
Maal- Dinamarca
Golo – Portugal;
Mal – Noruega e Suécia;
Tor- Alemanha e Austria
Gol- Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Espanha, Honduras, Hungria, Itália, Iugoslávia, México, Panamá, Peru, Romênia, Uruguai e Venezuela;
Goal –Austrália, Bangladesh, Bélgica, Bulgária, Camarðes, Canadá, Chipre, Coréia do Sul, Eire, Egito, Estados Unidos, Finlândia, Gana, Grã-Bretanha, Grécia, Holanda, Irã, Islândia, Israel, Líbia, Luxemburgo, Nova Zelândia, Polônia, Senegal, Suíça, Tchecoslováquia, Turquia e União Soviética;
Taça Jules Rimet
Desde a primeira Copa do Mundo, em 1930, a maior ambição de qualquer seleção é erguer a taça que coroa os melhores atletas de futebol do planeta. Para a primeira edição do Mundial, o então presidente da Fifa, Jules Rimet, sugeriu a criação de um troféu que levaria o seu nome. O escultor francês Abel La Fleur desenhou a taça, que simboliza a vitória com asas. Produzido de prata banhado a ouro, pesava 3,8kg com 35cm de altura.
Troféu Copa do Mundo
Com a conquista do tricampeonato mundial no México, em 1970, a Taça Jules Rimet tornou-se de posse definitiva do Brasil. Para a Copa do Mundo da Alemanha, em 1974, a Fifa decidiu criar um novo troféu. Para tal finalidade, escolheu o escultor italiano Silvio Gazzaniga, entre 53 candidatos, para criá-lo. A Copa do Mundo mostra duas linhas que, da base, sobem em espiral para se abrirem e segurar o mundo, uma metáfora para o campeão. O objeto mais cobiçado do futebol mundial é de ouro maciço 18 quilates, pesa 4,97 kg e tem 36cm de altura.
O dia em que o futebol nasceu
O 26 de outubro de 1863 é apontado como o dia oficial da criação do futebol, um dos esportes mais praticado no mundo. Nesta data, ao término de seis reuniões na Freemason´s Tavern, em Londres, foi criada a The Football Association e, com ela, aprovadas as 17 regras do futebol. Antes, porém, já havia sido criado o primeiro clube de futebol. O Notts County, em atividade até hoje no futebol inglês, foi fundado em 1862.
Distâncias percorridas em campo
Um jogador profissional de futebol precisa ter fôlego de um verdadeiro fundista. Confira as distâncias percorridas, em média, por cada jogador, de acordo com a posição em campo:zagueiros - 10,1 kmmeio-campistas - 11,4 kmatacantes - 10,5 km
Primeiros jogos oficiais de futebol
Em 1866, foi realizada a primeira partida de futebol com a duração de uma hora e meia, entre as equipas de Londres e Sheffield. E, em 1872 , ocorreu o primeiro encontro internacional de futebol: a selecção da Inglaterra enfrentou o Queen´s Park, da Escócia, com a presença de 3.500 espectadores.
Criação da Fifa A fundação da Federação Internacional de Futebol Associados (FIFA) aconteceu em 21 de maio de 1904, em Paris. Os sete membros fundadores da entidade são França, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Espanha, Suécia e Suíça.
Dimensões do campo de futebol
Pelas regras, um campo oficial de futebol tem de ser retangular e deve ter um comprimento mínimo de 90 metros e máximo de 120 metros, enquanto que a largura deve ser de 45 metros no mínimo e de 90 metros no máximo. Em competições internacionais, o comprimento deve ser de 100 metros (mínimo) a 110 metros (máximo), com largura mínima de 64 metros e máxima de 75 metros. No meio do campo, a circunferência onde se dá o pontapé inicial deve ter um raio de 9,15 metros.
Introdução das traves e das redes no futebol
O travessão foi introduzido no futebol em 1875. Substituiu as precárias fitas de tecido que uniam as duas traves laterais. A rede apareceu em 1890, com o objetivo de identificar mais claramente a marcação dos gols.
Introdução da numeração nas camisas
A numeração das camisas foi introduzida no futebol inglês em 1939. A novidade chegou ao Brasil 10 anos depois, com o objetivo de facilitar as anotações dos árbitros ingleses que vieram apitar no Rio de Janeiro e em São Paulo. Eles foram contratados para que os brasileiros assimilassem as regras à arbitragem da Fifa às vésperas da Copa de 1950.
Introdução da penalidade máxima
O pênalti também foi criado em 1890, para punir as faltas dentro da área. A infração é assinalada quando um jogador da equipe que está se defendendo comete uma falta sobre o adversário dentro de sua própria grande área. A falta é cobrada da marca de pênalti, situada a 11 metros da baliza. Na cobrança, apenas o goleiro e o cobrador participam do lance. Se o goleiro se mexer antes da cobrança ou se houver invasão da área, a execução da falta tem de ser repetida.
Início do futebol no Brasil
O primeiro jogo de futebol em solo brasileiro foi disputado em 14 de abril de 1895, na várzea do Carmo, em São Paulo, entre as equipes da Companhia de Gás e da São Paulo Railway, ambas integradas por ingleses radicados em São Paulo. Placar final: Cia de Gás 2 x 4 SP Railway.
Introdução do impedimento
Uma das mais polêmicas marcações do futebol, o impedimento foi criado em 1866 e alterado em 1925. Atualmente, admite-se o passe dado em direção ao atacante que estiver na mesma linha do penúltimo defensor. Ou seja, é necessário ao menos dois adversários – na maioria das vezes, um deles é o goleiro do time rival – entre o jogador para qual a bola foi lançada e a linha de fundo do campo no momento do lançamento.
Conheça as mascotes de cada Mundial
As mascotes foram introduzidas a partir da Copa do Mundo de 1966, disputada na Inglaterra. Conheça todas as mascotes: